Seria bom ser o chefe. Seria fixe ser o dono. Seria bom olhar para um vasto território e dizer: "Isto é tudo meu".
Esta é a fantasia, esta é a ambição que move tantos de nós, que moveu tantos no mundo antigo também. Mas, como notavam os estoicos, quando procuramos o poder, o controlo ou o dinheiro, acabamos por negligenciar o que está mesmo à nossa frente.
Epicteto, que era escravo, olhou em redor para a corte de Nero e viu homens ricos e famosos que eram menos livres do que ele. Porque gastavam toda a sua energia a tentar obter mais do que aquilo que tinham, porque a sua felicidade estava ligada ao que os outros pensavam, porque os seus medos se baseavam em coisas que não dependiam deles. Em "A rapariga que queria ser livre" (uma fábula baseada na vida de Epicteto), o pai de Epicteto diz que, para sermos grandes, temos primeiro de nos concentrar no "império entre as nossas orelhas". Refere-se aos nossos pensamentos, às nossas emoções, aos nossos impulsos, aos nossos desejos, aos nossos medos... às nossas próprias escolhas.
É preciso entender que se podemos governar isso, então somos os chefes, então somos os donos, então controlamos um imenso território.
Somos mais poderosos do que muitos imperadores, conquistadores e bilionários.
Somos tão livres quanto é possível ser.
Ryan Holiday
TU LIDERAS A TUA VIDA